sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Calos??!?!


De acordo com a dermatologia, "um calo é uma área dura de pele que se tornou grossa e rígida como uma resposta a repetidos contatos e pressões"¹, ou seja, o calo é uma resposta da pele a um traumatismo constante.
Ele engrossa para se tornar mais resistente à essas pressões e, à medida em que é exposto novamente à causa pelo qual se formou, age como uma proteção, impedindo-nos de voltar a sentir tanta dor quanto da primeira vez em que nos machucamos.
Hoje, ao acordar, olhei para minha mão esquerda quando me deparei com uma pequena saliência na ponta do dedo indicador. Lá estava ele: branco e dolorido! Um calo que se formou graças à minha insistência em querer aprender a tocar samba; calo este o qual carinhosamente dedico a Noel Rosa, Clara Nunes, Cartola, entre outros grandes nomes da música brasileira que vêm me acompanhado durante dias e noites. (Obrigada!!!)
Mas essa minúscula couraça, tão almejada pelos músicos, me fez pensar nas inúmeras vezes que criamos escudos para nos proteger dos amores fracassados, das amizades perdidas, do sofrimento indesejado... Encapsulamos nosso coração, criamos barreiras intransponíveis, enfim, fazemos tudo para evitar que o ciclo de decepções contidas em nossas vidas volte a recomeçar, pois ao que parece, ele nunca chega ao fim.
Acho que deveríamos agir como a pele: ao nos sentirmos ameaçados, podemos sim usar todas as nossas barreiras de proteção para amenizar a dor; mas diferente do calo, que some sem deixar marcas, precisamos carregar as nossas, a fim de lembrarmos sempre das lições aprendidas em cada experiência que vivemos no auge da paixão!


Um comentário:

Unknown disse...

De calo eu entendo!
Tenho orgulho dos meus! Estão ali pra me fazer lembrar do esforço, da dor e (por que nao?) da conquista!

E viva os calos!